Pascoa... Acordei com o pessoal da casa aqui discutindo, falando alto desde às 6 ou 7 da manhã. Era a hostmom brigando com os pais dela. Eles falavam um misto da língua original das Filipinas com muito Inglês e espanhol junto.
Fora do quarto, a casa estava fedendo demais a peixe frito. Fritaram os bichos com cabeça e tudo. Espero que não tenham esquecido de matar eles antes.
A minha páscoa foi comer esses dois chocolates que eu adorava e tinha comprado no dia anterior. Não ganhei peixe frito e nem coelhinho de chocolate. Mas eu não ligo, pego minha "delícia crocante" e vou embora!
Meu voo sai do Pearson airport às 23hs. Estava exausto, não descansei direito. Segui arrumando a mala.
Meu último lanche na homestay: eu tinha que comer o que sobrou na minha despensa! Atravessei a linha verde do metrô pela primeira vez de um lado a outro. Deve ter levado uma hora ou mais. Foi a última vez que eu peguei o metrô (por enquanto)
Depois peguei um ônibus de graça até o aeroporto. Deu um nó na garganta ver a skyline de Toronto se afastanto cada vez mais. Estava um dia muito frio, ensolarado e ventando bastante. O céu estava bem azul com algumas nuvens. Me soava na cabeça um triste "goodbye Toronto, see you soon", eu sabia que "soon" não seria assim tão cedo.
No aeroporto eu comi meu último Subway no Canadá. O sanduíche deu 3,99 dólares e o fountain drink com refil ilimitado deu 1,99. Tomei uns dois ou três copos. Aí segui no YYZ até próximo do meu portão de embarque.
Esperei umas cinco horas até o vôo, fiquei sentado jogando e vendo fotos no celular. O voo de volta foi melhor, eu já estava acostumado, sabia como funcionava, que ia ter janta, café da manhã.
Último entardecer no Canadá <3
E é isso. Amanhã já vou estar no Brasil. Embarquei, sentei novamente na poltrona do meio. No meu lado, na asa tinha um cara de barbinha, cabelo compridinho, achei ele um babaca. Ou pelo menos pouco interativo, coitado do cara. Não tinha obrigação nenhuma em ficar conversando comigo...
Comparado com a senhora canadense e o mineiro que sentaram do meu lado no voo de ida ficava complicado eu achar ele o mínimo simpático.
Passou o moço cantando chicken or beef e eu peguei beef. Claro que não era um bifão de carne dentro de uma embalagem, o que o cara gritava era mais o "sabor" do negócio! O pãozinho não podia faltar... Um browniezinho pra distrair os passageiros dos pensamentos sobre o avião cair... Uns leguminhos... Uma aguinha...
Pela manhã ele cantou omelets or pancakes, pedi pancakes. Aí vinha uma margarinazinha, uma geleinha, um pãozinho. Umas frutinhas bem cruas e sem graça, mamãozinho, melãozinho... A calda das panquecas era bem gostosinha, de frutas vermelhas... Para fazer a gente esquecer que tá dentro de quinhentas toneladas de ferro voando a dez km de altura...
De manhã quando o avião já se aproximava de Guarulhos, prestes a pousar no aeroporto... ele teve que subir de novo, abruptamente. O termo certo para isso é arremeter. Você está com o corpo em descida, se preparando para o pouso, que nada mais é do que uma queda controlada e, de repente, afunda no acento sem explicação e sente o avião subindo. Algo errado não está certo... Fiquei com medo. Todo mundo deu um gritinho, aqueles que saem com o que parece ser o último suspiro. O piloto apareceu no áudio e disse em Inglês (depois em Francês) que o avião que estava na nossa frente tinha enfrentado um problema de choque com pássaro. O nosso avião fez movimentos circulares e depois aterrissou, sem maiores problemas. Após isso aguardei algumas horas no aeroporto de Guarulhos...
Peguei o avião para o sul do país. Quando ele tocou o solo em Porto Alegre o impacto foi forte. Há pousos e pousos né minha gente... Alguns são mais suaves, outros mais... violentos. Esse foi a opção "B".
Cheguei super desacostumado ao Brasil. Tudo era tão diferente no Canadá, o jeito que as pessoas entravam no metrô e usavam a escada rolante, as tomadas, torneiras e maçanetas, o dinheiro, as taxes, as tips. No Canadá parece que cada passo que você dá é um passo a mais. No Brasil parece que é um passo a menos, um mais perto da morte. Lá fora qualquer coisa idiota que você faz parece que você é o cara mais sortudo e feliz do mundo. Incrível. Foi um mês disso.
Peguei o avião para o sul do país. Quando ele tocou o solo em Porto Alegre o impacto foi forte. Há pousos e pousos né minha gente... Alguns são mais suaves, outros mais... violentos. Esse foi a opção "B".
Cheguei super desacostumado ao Brasil. Tudo era tão diferente no Canadá, o jeito que as pessoas entravam no metrô e usavam a escada rolante, as tomadas, torneiras e maçanetas, o dinheiro, as taxes, as tips. No Canadá parece que cada passo que você dá é um passo a mais. No Brasil parece que é um passo a menos, um mais perto da morte. Lá fora qualquer coisa idiota que você faz parece que você é o cara mais sortudo e feliz do mundo. Incrível. Foi um mês disso.
É como aquele dia que você volta da praia ou de um fim de semana de festas... Sabe aquela sensação? É tipo voltar à estaca zero. Mas fica a nostalgia, fica aquela experiência única na sua vida!
E tá tudo bem, fica tudo no mesmo lugar, esperando a gente para a próxima vez!