De manhã o telefone tocou, era a wake up call, por volta das 7 AM. A gente se arrumou e foi encontrar o guia da viagem pra poder seguir a imagem de ônibus até Quebec city.
A gente estava se sentindo tão rico em Montreal que deu até pra desdenhar a cidade. Ali na região que a gente ficou ela era sim sujinha e pichada. As pessoas são meio rudes, só que em Francês. O hotel era bonito, mas os móveis do quarto em que a gente ficou eram meio velhos e arranhados.
Saímos do hotel e fomos para a basílica de Notre-dame do Canadá. Tinha um valor pra entrar, tudo custava dinheiro. Era vinte dólares aqui, vinte ali. Complicado. Eu ainda precisava fazer mais coisas em Toronto, e ir para os Estados Unidos.
Depois a excursão seguiu para o Monte Royal. Passamos pelo Oratório de Saint Joseph, que tinha uma enorme cúpula. Esse domo é o maior do mundo, atrás apenas da Basílica São Pedro em Roma.
O ônibus foi só até uma parte, depois precisamos subir o monte a pé. Ali sim, foi o maior frio que eu já tinha sentido na vida. O brilho da neve queimava o rosto.
Lá em cima tinha o Chalet du Mont Royal. Tinha algumas lojinhas pra comprar coisas caras e deu pra tomar um cafezinho quente. Essa foto em cima não é do inverno, quando eu estava lá o chão era coberto de neve. Fiquei meio tonto e não pensei em ficar tirando foto do lado de fora. Só queria me esquentar!
Na frente do chalé tinha um precipício protegido por um corrimão. E lá embaixo, a vista de toda a cidade de Montreal e o Rio São Lourenço.
Depois do Mount Royal.. o próximo destino era Quebec City.
Ir embora de Montreal foi meio triste. Que cidade bonitinha. Mas a gente passaria por ela novamente na volta para Toronto. Na imagem acima (tirada no verão) tem essa ponte, a Jacques Cartier, é genial passar por dentro dela. Impressionante demais. Eu fiquei tão tonto que nem tirei foto.
E de cima dela você olha para o lado e vê o parque Olímpico de Montreal, construído para as olimpíadas de 1976! (foto também tirada por alguém no verão)
E quanto mais ao norte, mais frio ficava. E a cidade ficava lá em cima, bem na foz do rio Saint Laurent.
QUEBEC CITY
Foi em Quebec City que eu vi neve de verdade. A parte central das calçadas era um corredor na verdade, alguém jogou a neve pros lados. E essa neve, empilhada do lado da calçada, tinha a minha altura, 1,86m.
Almocei num Mc Donald's na 1151 rue St. Jean. Pedi dois hambúrgueres fromage (com bastante queijo) e um café, deu 6 dólares. Talvez não seja muito saudável ficar comendo tanto Subway e Mc Donald's mas eu não tinha o costume de comer fast food antes do intercâmbio e não manteria esse costume depois. Eu que consumo fast food, não é o fast food que vai me consumir!
E na praça na frente do chateau é o Terrace Dufferin tinha essa praça legal com essa estátua de Samuel de Champlain, fundador da Ville de Quebec.
Aí do lado da estátua tinha esse moço descendente das primeiras nações, com dois cães bem bonitos. Deixei uma graninha no chapéu dele e tirei uma foto!
Esse é o Fairmont Chateau de Frontenac no número 1 da rue des Carrières. Fairmont é o nome da empresa que administra. Ele era um forte uma vez, mas agora é um hotel gigante. Foi construído em 1893. O nome é uma homenagem ao Conde de Frontenac, governador da Nova França por volta de 1672 a 1698 (como era chamada a região na época). São 650 quartos, 77 metros de altura, um enorme telhado de cobre e um observatório no topo.
Uma coisa que chama a atenção aqui também é a vista do Rio Saint Lourent (São Lourenço).
Esse senhor contou toda a história do local para nós e foi nosso guia num rápido tour pela Ville de Québec.
A neve não parava de cair. Parece pouco, mas algumas horas assim e o chão todo fica branco.
Perto dali tem uma porção mais baixa da cidade, tem um monte de escadas escorregadias de madeira no caminho de quem quer ter esse acesso. Escorreguei mil vezes, mas não caí.
Aproveitei um tempinho que tive para ir numa lojinha chamada Station Cadeau (1179 rue Saint Jean) para comprar uns chaveirinhos.
No fim do dia a gente foi para o Ice Hotel, ver ele pela última vez no ano, pois a primavera estaria chegando e ele iria derreter. Tinha um shopping muito grande antes de acessar o Ice Hotel, no número 2280 da Valcartier Boulevard na municipalidade de Saint-Gabriel-de-Valcartier.
Aquilo tudo era o Valcartier Winter Resort, que no verão era o Valcartier Vacation Resort, cheio de piscinas e tudo mais. No inverno era Ice Hotel, esqui e tobogã de neve.
Para acessar o hotel na parte de trás, tinha que pagar. Lá se ia mais uns 20 dólares. Fiquei meio indignado e não paguei. Aí comecei a circular pelo shopping, bem chateado, buscando por pelo menos uns souvenirs. Havia umas janelas de vidro de onde dava pra ver umas pessoas descendo de tobogã uma rampa bem alta na neve. E daí vi uma porta aberta... Fui caminhar na neve para ver os tobogãs... Tirei foto das minhas botas na neve...
De repente me deparei com uns iglus gigantes.
Toda a galera que tinha pago pra ver o Ice Hotel estava lá. Acho que cruzei algum portal proibido.
Parecia um monte de iglus colados uns nos outros. Por dentro havia muitas estátuas de gelo.
As bebidas eram servidas onde? Em copos de gelo, claro. Burrice seria colocar elas em copo de vidro e depois colocar gelo dentro
Se havia cadeiras? Claro! De gelo, para esfriar (ainda mais) a bunda!
Tinha até cama de gelo para quem quisesse passar a noite. Eu acabei nem perguntando o preço. Pra falar a verdade, eu nem queria saber. Estava totalmente desinteressado no assunto de passar a noite ali...
O hotel que a gente ficou era esse, Hotel Classique. Essa foto alguém tirou no verão, não fotografei o prédio de fora, no inverno.
Tinha xampuzinho, condicionadorzinho, loçãozinha... Uns agradinhos pra gente pobre que vai ao Canadá!
A galera saiu de noite. Foram todos jantar em algum restaurante caro e depois em uma balada que fazia parte do plano da excursão. Mas o pagamento claro que era à parte!
Eu vi aquele quarto de hotel e preferi não sair. Fiquei sozinho por algumas horas, comprei uns hambúrgueres e cerveja num Mc Donalds do outro lado da rua. Era na Boulevard Laurier.
Comprei dois Double burguer por 3,78 CAD e um McDouble por 1,99 CAD. Plus taxes (mais taxas, deu 6 dólares e um pouquinho. Paguei com uma nota de 50.
Quando voltei, tomei um banho quente e fiquei de roupão assistindo The Simpsons e Hockey que estava passando na TV. Me senti um rei no topo do mundo. Não tinha restaurante caro naquela cidade que me faria me sentir melhor do que isso.