FILOSOFIA A 21 - A lógica aristotélica

Entende-se por Lógica Aristotélica o sistema lógico criado por Aristóteles, ele foi o responsável pelo primeiro estudo formal do raciocínio. Para quem não está familiarizado com o assunto, o raciocínio lógico é um método utilizado para organizar o pensamento de acordo com as normas lógicas e, a partir daí, concluir uma questão ou resolver um enigma. Ele se divide em três tipos: dedução, indução e abdução. Atualmente, as questões envolvendo o raciocínio são muito cobradas nos vestibulares e concursos. Quem domina esse sistema sempre consegue resolver as avaliações com mais facilidade e ainda garante boas pontuações. Mesmo sendo praticada no campo das ciências exatas, essa ferramenta teve início na filosofia. Inicialmente, Aristóteles, um filósofo da Grécia Antiga desenvolveu alguns princípios centrais para a sua lógica aristotélica: a lei da não-contradição e a lei do terceiro excluído. A primeira diz que nenhuma afirmação pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo, a segunda diz que qualquer afirmação da forma *P ou não-P* é verdadeira. Inicialmente, as questões envolvendo o raciocínio lógico podem parecer confusas, mas aos poucos elas se tornam mais fáceis de serem assimiladas. Quer entender um pouco mais sobre a lógica aristotélica e como ela funciona? Continue a leitura!  

 O algoritmo utilizado para resolver o cubo mágico é uma sequência lógica e definida de instruções que se seguida resolve o problema. (Imagem: Pixabay) O Silogismo na Lógica Aristotélica A lógica aristotélica é baseada no silogismo, um sistema argumentativo baseado em proposições que levam a uma conclusão. Nesse caso, a lógica aristotélica não se preocupa em validar as proposições ou a conclusão, mas observar como as premissas foram concluídas. Ela busca identificar o que faz o silogismo ser verdadeiro. O silogismo é composto por três proposições: premissa maior, menor e a conclusão. Para entender melhor como o sistema funciona, vamos ver no exemplo a seguir: Todos os homens são mortais. Sócrates é homem, Logo, Sócrates é mortal. Agora analisando as proposições: Todos os homens são mortais – premissa universal afirmativa, a proposição inclui todos os seres humanos. Sócrates é homem – premissa particular afirmativa, referindo-se apenas a Sócrates. Sócrates é mortal – conclusão, premissa particular afirmativa. Dessa forma, dá para identificar que na lógica aristotélica, o silogismo é composto por no mínimo duas proposições, das quais se extrai uma conclusão. Assim, entre as premissas, deve haver um termo que médio, que deve ser sujeito da premissa 1 ou predicado da premissa 2. Exemplo: A é B C é A Logo, B (termo maior) é C (termo menor) Na proposição, o termo médio é o A, que aparece como sujeito em uma frase e predicado na outra. Perceba que ele não surge na conclusão, pois ela foi feita através de uma dedução extraída da relação entre as premissas. Mais um exemplo: P1 – Todos os mamíferos são mortais P2 – Todos os gatos são mortais C – Logo, todos os gatos são mamíferos Percebeu algo diferente? É que nesse caso, embora as premissas e a conclusão sejam verdadeiras, elas não foram extraídas por meio de dedução. Como não estavam adequadas, elas não possuem relação com a conclusão. A análise desse exemplo seria a seguinte: A é B C é B Logo, A é C, o que indica falácia. Nesse exemplo, o termo médio não faz ligação entre os demais. Quem busca entender um pouco mais sobre o assunto precisa estar atento para a forma com que as premissas estão dispostas, pois a lógica se baseia nisso. Assim como o silogismo pode apresentar argumentos verdadeiros que levam à conclusões verdadeiras, esses mesmos argumentos podem levar à conclusões falsas, o que chamamos de falácia. Segundo Aristóteles, a falácia é qualquer raciocínio falso que simula a verdade. Observe como ela funciona através do enunciado abaixo: Todos os sucos são feitos com água doce – premissa universal afirmativa O rio é feito de água doce – premissa universal afirmativa Logo, o rio é um suco – conclusão = premissa universal afirmativa Para não se enganar com esse tipo de raciocínio, lembre-se que as proposições, como juízo, devem seguir algumas regras fundamentais: Princípio de Identidade: A é A; Princípio de não contradição: é impossível A ser A e não -A ao mesmo tempo; Princípio do terceiro excluído: A é y ou não-y, não há terceira possibilidade. Assim, a veracidade ou falsidade são identificadas pelas proposições, que se classificam em: Afirmativas: A é B; Negativas: A não é B; Universais: Todo A é B (afirmativa) ou Nenhum A é B (negativa); Particulares: Alguns A são B (afirmativa) ou Alguns A não são B (negativa); Singulares: Este A é B (afirmativa) ou Este A não é B (negativa). As proposições também podem ser: Necessárias: quando o predicado está incluso no sujeito (Todos os homens são maus); Não necessárias ou impossíveis: o predicado jamais poderá ser atributo de um sujeito (Nenhum homem é mau); Possíveis: o predicado pode ou não ser atributo (Todos os homens são iguais).