FILOSOFIA A 6 - Do pensamento mítico ao racional

    No princípio era o caos, segundo a narração mítica sobre a origem do mundo. E, as narrativas da criação variam conforme a origem mítica na religião, etnias ou região. Os Mitos têm como característica fazer parte de como um determinado grupo cultural (étnico, religioso, geográfico, etc.) constrói e reproduz para os seus membros explicações sobre a origem do universo, da vida, ou de aspectos relacionados com a fertilidade, a virilidade, os ciclos da natureza entre outros fenômenos. A mitologia grega, por exemplo, tem em cada um dos seus ‘deuses’ do Olimpo uma representação de aspectos psicológicos do comportamento humano ou de uma força da natureza. Por outro lado, as superstições ocorrem no universo das crendices populares, sem ancoragem em construções simbólicas, culturais ou filosóficas para o entendimento da vida. Não passar por baixo de uma escada por medo de azar, é superstição. Achar que ver um gato preto cruzar uma rua de noite também dá azar, é mera superstição. A crença popular de que a sexta-feira 13 é um dia maldito, portanto, é mera superstição. Afinal, a superstição ocorre ao depositar uma crença em maus presságios, a temer coisas inócuas ou por criar associações sem base lógica a partir de eventos ou coincidências fortuitas. Os mitos fazem parte da história do mundo, fazem parte do que chamamos de herança cultural. Um dos grande estudiosos contemporâneos sobre os Mitos foi o psicólogo norteamericano Joseph Cambpel (foto abaixo). Campbel trouxe os Mitos para mais próximo à vida cotidiana ao mostrar como utilizamos diversos mitos para desenhar a nossa trajetória de vida. Ele é autor do clássico livro ‘A Jornada do Herói’, que serviu de inspiração para construir a trama e o perfil psicológico dos personagens principais da série de filmes Guerra nas Estrelas.
No Brasil, a psicóloga Theresa Crhistina Oliveira Coimbra (foto acima) coordena a Mesa Redonda da Fundação Jospeh Campblel para os estudos sobre Mitos. Para Joseph Campbell os Mitos não seriam assim tão distantes, no campo das explicações para a compreensão de fenômenos não alcançáveis pela razão. Mitos fornecem pistas para a a sensação real de estarmos vivos, com ressonância na realidade mais íntima de cada pessoa para o encontro do que se procura dentro de cada um. A saga do herói, por exemplo, envolve a superação de obstáculos e mesmo perdas ao longo do caminho para alcançar o objetivo. Este post está valendo pra você? - Então, compartilhe com os colegas! Por outro lado, a literatura clássica sobre Mitos os colocam na esfera da “A herança cultural de um povo. Um conjunto de valores transmitidos, através do processo de socialização entre gerações, e que são característicos da identidade de um povo. Desta forma, de um modo dinâmico vai sendo criada por uma interação de diferentes elementos geográficos, ambientais, sociais e outros fatores externos e que, de uma perspectiva antropológica, irá afetar os modos de ser, pensar e agir de uma pessoa.” Fonte: http://heranculturais.blogspot.com.br/ Os Mitos e a Filosofia Mas, você deve estar se perguntando: O que os mitos têm a ver com a filosofia? A resposta é TUDO! Já explico o por que: Que o ser humano é curioso por natureza já sabemos. Em outras palavras essa vontade de conhecer/entender é inato a ele, faz parte da sua natureza. Hoje se temos alguma dúvida, qualquer dúvida, temos vários meios de informação (internet, livros, mídia, escola, as próprias pessoas e por aí vai) para encontrar a resposta/explicação de que precisamos, porém na antiguidade não era assim, ou melhor, não era totalmente assim. Então, quando o homem tinha dúvidas, essas dúvidas eram respondidas através das religiões existentes naquela época, e o meio pelo qual se dava essa explicação eram os mitos (do grego MYTHÓS: “discurso, mensagem palavra, assunto, invenção, lenda, relato imaginário”) as famosas histórias fantasiosas acerca das ações dos deuses. Medicina: veja as notas de corte gapixel Que fique claro, os mitos foram criados com um único objetivo: explicar algo ou alguma coisa que estivesse tirando a paz desses homens.



Mito, superstição e o nascimento da filosofia

No princípio, segundo antigas tradições, tudo era caos. Diversas culturas ao redor do mundo desenvolveram narrativas mitológicas para explicar a origem do universo, a criação da vida e os ciclos naturais que observavam. Cada povo, a partir de sua realidade étnica, geográfica e religiosa, construiu mitos como forma de organizar simbolicamente a experiência humana e tornar compreensíveis os fenômenos que escapavam à razão.

Os mitos se destacam por seu papel na transmissão de valores culturais e por representarem, muitas vezes, forças da natureza ou características humanas por meio de personagens divinos ou heróicos. A mitologia grega, por exemplo, conferia a cada deus do Olimpo uma dimensão simbólica — Zeus como o poder supremo, Afrodite como a beleza e o amor, Ares como a guerra —, refletindo tanto aspectos psicológicos quanto forças naturais.

Em contraposição, as superstições habitam o campo das crendices populares, sem a densidade simbólica ou cultural dos mitos. Superstições, como evitar passar por baixo de uma escada ou temer um gato preto cruzando o caminho, baseiam-se em associações arbitrárias, sem fundamentos filosóficos, científicos ou antropológicos. A famosa sexta-feira 13, por exemplo, é considerada por muitos como um dia de azar, ainda que essa crença careça de lógica ou fundamento racional.

Mitos como patrimônio cultural

Os mitos ocupam uma posição essencial na herança cultural da humanidade. São relatos que atravessam gerações, formando parte do que antropólogos e sociólogos reconhecem como a identidade simbólica de um povo. Essa transmissão se dá por meio do processo de socialização e está intimamente ligada ao contexto geográfico, social, histórico e ambiental em que o grupo se insere.

Um dos grandes estudiosos contemporâneos dessa temática foi o psicólogo americano Joseph Campbell, autor da célebre obra "O Herói de Mil Faces", onde propõe o conceito da "Jornada do Herói" — uma estrutura narrativa presente em diversas culturas. Segundo Campbell, os mitos não estão distantes de nós. Eles nos oferecem chaves simbólicas para compreender a experiência humana, revelando padrões universais de busca, superação e autoconhecimento. A estrutura de sua obra foi inspiração direta para obras da cultura pop, como a saga Star Wars.

No Brasil, a psicóloga Theresa Christina Oliveira Coimbra coordena os estudos da Fundação Joseph Campbell, aprofundando a análise dos mitos como elementos vivos no cotidiano das pessoas. Campbell acreditava que os mitos, mais do que explicar fenômenos que escapam à razão, ressoam no íntimo de cada indivíduo, funcionando como mapas existenciais para nos orientar diante da vida.




Mitos e filosofia: onde tudo começou

Você pode estar se perguntando: qual é a relação entre mito e filosofia? A resposta é: uma relação direta e histórica. Desde os primórdios da humanidade, a curiosidade foi uma marca fundamental do ser humano. A busca por explicações para os mistérios da vida, como o nascimento, a morte, as estrelas, as doenças e os desastres naturais, sempre existiu. No entanto, em épocas antigas, os recursos informativos eram escassos. Sem ciência, sem livros, sem internet, as respostas vinham da tradição religiosa, por meio dos mitos — palavra grega (mythós) que originalmente significava discurso, narrativa ou relato.

Esses relatos míticos não eram apenas invenções, mas formas simbólicas de restaurar o equilíbrio emocional e social, ao fornecer explicações para o que causava medo ou angústia. Eles representavam uma tentativa de compreender a ordem do cosmos e o lugar do ser humano no mundo.

Os mitos de origem de cada sociedade sempre tinham algo comum ao cotidiano do povo em questão. Para os Astecas o homem veio do milho, para os hebreus veio do barro, em abundância no crescente fértil. Essa é a forma como um determinado grupo cultural constrói e reproduz para os seus membros explicações sobre a origem de tudo, quase sempre fazendo referências à fertilidade, virilidade, ciclos da natureza e outros fenômenos. Já na mitologia grega, cada deus do Olimpo representa aspectos do comportamento humano ou uma força da natureza.

Com o tempo, no entanto, o pensamento humano passou a buscar explicações mais racionais e coerentes, e os mitos começaram a perder espaço para um novo modo de compreender a realidade: a filosofia. Em vez de atribuir os trovões à ira de Zeus, passou-se a investigar as causas naturais do som e da eletricidade. Foi essa transição — do discurso mítico ao racional — que marcou o nascimento do pensamento filosófico na Grécia Antiga.

Conclusão

Mitos e superstições continuam presentes em nossa cultura, mas com significados diferentes. Os mitos permanecem como relatos simbólicos e estruturantes da experiência humana, enquanto as superstições refletem crenças infundadas que resistem ao exame racional. A filosofia, ao surgir, não nega totalmente o mito, mas o supera enquanto forma de explicação. Ela inaugura uma nova maneira de pensar, baseada na razão, na crítica e na busca pelo conhecimento fundamentado.

Portanto, compreender os mitos é também compreender nossa própria história intelectual, pois eles foram o solo fértil onde germinou a semente da filosofia — o desejo de entender o mundo de forma livre, crítica e racional.